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1. IDENTIFICAÇÃO |
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1.1.
Recorte
Territorial |
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Novo Hamburgo |
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1.2. Recorte Temático |
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Centro
Histórico de Hamburgo Velho |
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1.3. Identificação |
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Salão Schmitt-Streb |
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2. LOCALIZAÇÃO DO UNIVERSO/ OBJETO DE ANÁLISE |
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2.1.UF |
2.2.Município |
2.3.Localidade |
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RS
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Novo Hamburgo |
Centro Histórico de Hamburgo
Velho |
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2.4.Endereço
Completo
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2.5.Código Postal
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Rua
Gal. Daltro Filho, 820 e 826 |
93
540 - 000 |
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3. IMAGENS |
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Foto:
1900
Acervo Fundação Scheffel |
Foto:
1902 Acervo Fundação Scheffel
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Foto:
década de1890 Acervo Fundação Scheffel |
Foto:
década de 1950 Acervo Fundação Scheffel |
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Foto:
1983 Acervo
Fundação Scheffel |
Foto: 2009
Acervo Fundação Scheffel |
Foto: 2009
Acervo Fundação Scheffel |
Foto:
2009 Acervo Fundação Scheffel |
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Foto:
2009 Acervo Fundação Scheffel |
“Kerb em Novo Hamburgo”, de Pedro
Weingärtner, 1892, pintado no prédio de
enxaimel, anterior o atual
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Foto:
final da década 1920 Acervo
Fundação Scheffel |
Foto: década de 1940
Acervo Fundação Scheffel |
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4. DADOS COMPLEMENTARES |
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4.1.Informações
Históricas |
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A
primeira versão do prédio foi enxaimel. Nele foi pintado o quadro “Kerb em
Novo Hamburgo”, pelo artista Pedro Weingärtner
(1892). O
prédio antigo foi substituído pelo atual, no final da década de 1890,
projetado pelos arquitetos Lipp & Aichinger. Seu proprietário foi Willy Schmitt. Foi usado
como salão de baile e casa de comércio. Em 1947, foi adquirido pela família Streb que manteve o uso comercial. E o salão de baile. A
Prefeitura Municipal desapropriou o imóvel, em 1968 para nele instalar um
serviço de abastecimento da comunidade, através do SAMAS. Alegando
necessidade de segurança, em 1970, removeram todas as portas e janelas e
todos os elementos decorativos do imóvel, deixando com a aparência externa
atual: uma caixa com portas de metal e janelas basculantes. Nos
últimos quarenta anos o imóvel tem abrigado a SEMSAS, atendendo a população
de baixa renda. Esse serviço – e o acesso da população a ele – tem sido um
dos importantes argumentos para a não retirada dos
ônibus do Centro Histórico de Hamburgo Velho. Fonte:
Angelo Reinheimer e Lory Streb Linck |
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4.2.Outras
informações |
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O
imóvel faz parte de um conjunto de belas e grandes edificações, erguidas no
Distrito da Capela da Piedade do Hamburgerberg, nas
últimas décadas do século XIX, e significativamente pertencem a pessoas
descendentes de uma mesma família de imigrantes: são as casas de Nicolau
Schmitt, Wilhelm Schmitt e Adam Adolf Schmitt. O
inventário de Guilherme Schmitt, de
1921, descreve o imóvel como uma casa de moradia e bailante, com
três portas e quatro janelas, suas dependências e o respectivo terreno em que
se acha edificada, sita em Hamburgo Velho, 2º Distrito deste município,
medindo 22 metros de frente por 60 ditos mais ou menos de frente a fundos. A
“casa bailante” avaliada em CR$ 5.200$000 (cinco conto e duzentos mil réis)
foi dividida, em partes iguais, entre dois filhos: Guilherme Schmitt Filho e
Otto Schmitt. A
“casa bailante” continuou a funcionar como tal sob a administração dos
herdeiros. Até então, havia sido importante ponto de convergência da
comunidade local e arredor para momentos de lazer e entretenimento. Era um
dos espaços – junto com o salão de Adão Adolfo Schmitt, da Frohsinn Gesangverein
(Sociedade de Canto Alegria) e da Sociedade Ginástica de Hamburgo Velho –
onde aconteciam os bailes de Kerb, no segundo final de semana de
janeiro, pois o templo foi inaugurado do dia seis de janeiro, dia de Reis
Magos, os oragos da Igreja Evangélica. Esses bailes atraíam gente de Porto
Alegre, da ex-colônia de São Leopoldo e de outras regiões para onde haviam
migrado descendentes dos imigrantes e moradores de Hamburgo Velho. O Kerb
era momento de comemoração e reencontro de familiares e amigos. Além do culto
festivo na igreja, implicava fartura em comida e bebida, festas e bailes. Era
o momento do ano para o qual eram providenciadas roupas novas. Podiam
acontecer inícios de namoros que, no ano seguinte, talvez, se consolidassem
em noivado. O
pintor gaúcho, Pedro Weingärtner, que retratou
inúmeras cenas e paisagens da região colonial alemã, pintou, em 1892, no
salão Guilherme Schmitt, o quadro “Kerb em Novo Hamburgo”. A casa ainda era a
antiga de enxaimel. Alguns anos mais tarde, no mesmo lugar, foi construída a nova casa, descrita no inventário. As
“casas bailantes” de Adão Adolfo e Guilherme
concorriam entre si, pela proximidade que estavam uma da outra. A chegada do
trem em Hamburgo Velho, em 1903, fez com que a casa de Guilherme ficasse mais
próxima da estação e, assim, a primeira a ser alcançada por quem
desembarcasse em Hamburgo Velho, uma vez que o acesso era feito pela atual
Rua Menna Barreto. Conta a
tradição, que a disputa por público pelos dois salões de baile, foi um dos
motivos para a realização da mais significativa intervenção urbanística em
Hamburgo Velho, na década de 1920: o rebaixamento da rua, atual Avenida General
Daltro Filho. Obra feita com pá, picareta e carreta de bois, retirou terra e
barro desde a estrada que vinha de Dois Irmãos – atual Rua Jorge Schury – até em frente a Casa Lanzer, próximo ao cinema, hoje Igreja Assembléia de Deus.
Essa terra foi deslocada para uma área íngreme em frente ao Bar Maracanã e a
Agência Lotérica “Olá, Olá”, ainda não construídos na época. Para receber
esse aterro, ali foi erguido um muro de contenção, em pedra grês, que
inicialmente foi encimado apenas por um corrimão. Posteriormente, com a obra
da casa e do Café Paris de Henrique Edwino Kayser, em 1950, projeto realizado por Theo Wiedersphan, o corrimão foi substituído por um muro em
estilo romano e realizados alguns estudos para uma escadaria junto a Casa Kayser. Essa
obra foi um marco urbanístico no bairro, deixando-o mais imponente. As casas,
onde a rua foi rebaixada, ganharam a possibilidade de escavar um piso a mais
– como na Casa Schmitt-Presser onde o comércio desceu
para o andar térreo; ou na Casa da Lira, onde Samuel Dietschi
abriu um comércio de instrumentos musicais e brinquedos; ou nas casas de Adão
Adolfo e Nicolau Schmitt que ergueram na frente belas escadarias com
balaústres. Todas elas ganharam em estética, pois com o rebaixamento viram-se
colocadas como que sobre pedestais. Em
1938, a Casa Guilherme Schmitt é propriedade da família Streb
– Adolfo Henrique Streb e Pauline
Maine – e passa a funcionar como armazém. O filho
Adolfo Edgar Streb, o cavaco como era conhecido no
bairro, então trabalhava como entregador de pães da Padaria Reiss. Passou a trabalhar como vendeiro e continuou
organizando bailes. Junto
ao salão e à venda, havia um pequeno bar que ficava aberto até uma ou duas
horas da madrugada. Alguns frequentadores gostavam de passar horas nesse bar
para contar piadas, dar muitas risadas e cantar. Atrás do bar, ficava uma
sala de jogos muito frequentada e onde rolavam até alguns carteados
proibidos. Desde
sempre, de muitos usos, na casa funcionava, também, uma pensão. Os Streb continuaram esse serviço. Lory
Streb relata que quando a Fundação Evangélica
estava em obras de ampliação, os trabalhadores, na sua grande maioria de
Porto Alegre, ficaram hospedados com eles. Edgar
Streb, o cavaco, trabalhou com seu armazém até
1967, quando o vendeu para a Prefeitura Municipal, muito abaixo do valor que
queria receber, mas teve que aceitar o negócio para quitar dívidas e
recomeçar. Fonte:
entrevistas com Adolfo Edgar Streb (1983); Lory Streb Linck,
Angela Tereza Sperb e Angelo Reinheimer Inventário de Guilherme Schmitt – 1921 |
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5.
PREENCHIMENTO
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5.1.
Entidade |
O.E.
Arquitetos e Urbanistas Ltda. |
5.2.
Data |
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5.3.
Responsável |
Angelo
Reinheimer – Curador da Fundação Ernesto Frederico Scheffel; Angela Tereza Sperb – Historiadora. |
08/05/10 |
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